quarta-feira, janeiro 30, 2008

O derradeiro capítulo das pequenas (bom, eu já disse que são grandes, na verdade, né?) impressões de uma viagem em BsAs





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Eu acho que textos longos não funcionam no formato blogue. Mas sou contraditório, então lá vai...

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Prometo que essa vai ser a última parte da minha história na Argentina, tá? Quero falar do meu passeio favorito e solitário lá em BsAs. Antes desse passeio teve a divertida farra no Café Moliére com cumbia, reggaeton e música brasileira... lugar divertido pra ir com galera...pena que perdi meu RG lá. Teve também o reveillon no hostel, com direito a um belo “asado” (o churrasco deles), dúzias de brasileiros gritando “Pelé” e “Maradona maricón” e uma balada mais ou menos... mas compensada pelo porre no terraço com os camarados curitibanos e estadunidenses. O passeio pelo pitoresco bairro de La Boca foi bom, pena que a Bombonera estava fechada. O Caminito é bacana... bom pra tirar fotos. Mas comprei coisinhas apenas numa Loja do Boca Jr.

Na madrugada seguinte teve também a baladinha do meu aniversário (do dia 1° pro dia 2, sim eu faço aniversário no detestável dia 2 de janeiro, mas que torna-se um dia legal quando viajo) no qual um monte de gente do hostel foi. Valeu pela galera, mas o lugar só tocava o tal do Drumn in bass

No dia 2, o primeiro programa de aniversário foi ir até a Comisaria fazer um B.O. do meu rg perdido. Com ele em mãos e sob um calor de agradáveis 42 graus, fui com a minha irmã até o consulado brasileiro conseguir permissão de volta ao país (assustador isso, não?). O consulado fica na grande av. Nove de Julho. Tudo foi resolvido rápido, mas a caminhada detonou nossos combalidos corpos repletos de álcool, sono e cansaço. Tinhamos planos de ir até a Recoleta, mas não aguentamos e fomos tirar um cochilo de umas 4 horas. Quando acordei, saí para o tal passeio solitário, já que era tarde pra ir até a Recoleta, ver túmulo da Evita e esses clichês. Pra minha sorte, eu estava no centro de Buenos Aires e sou fascinado por centros de metrópoles. Fui tentar sacar uns pesos em algum banco local. E consegui facilmente! Aproveitando a volta, resolvi ir até dois lugares que só tinha ido de passagem porque as companhias da ocasião não quiseram parar.

Fui na Livraria Ateneo da av. Santa Fé, que fica onde outrora foi um teatro. O teto tem uns vitrais bonitos e o antigo palco é uma cafeteria. A outra livraria Ateneo fica na calle Florida, mas essa do antigo teatro vale bem mais a pena. Saindo de lá, fui na Galeria Bond Street, quase do lado, uma mistura de Galeria do Rock com Galeria Ouro Fino, mas com estilo bem próprio. Lojas de camisetas, tatuagens e... quadrinhos! Eu tinha lido um texto da cartunista Maitena recomendando uma comic shop de lá, chamada Rayo Rojo. Lá, comecei a papear com a dona, bem atenciosa. Contei do meu programa de quadrinhos. Ela já entrou no site pra assistir e disse que gostou, talvez pra me agradar, quem sabe. Comprei muita coisa por lá. Um livro dos novos nomes do desenhos argentinos, livros do grande Jodorowsky (que eu já entrevistei, tá?) e mais umas revistas que eu supostamente daria de presente mas acabei pegando pra mim. Quando deu 7 da noite, a moça avisou que estava fechando e tive que sair. Ainda deu tempo de comprar camisetas bacanas antes de pegar o caminho de volta. O bom de caminhadas assim solitárias, é que nos permitem só pensar, contemplar, observar... e parar onde bem entender. Talvez tenha sido por isso que gostei tanto desse passeio consumista e introspectivo.

Entrei em mais duas livrarias, comprei livro da Mafalda, livrinhos de humor e um cd de reggaeton (não sei definir o ritmo, mas é divertido). Tomei rumo de volta. Parei numa lan-house, vi uns e-mails, scraps de aniversário, dei telefonemas baratos... ah, isso é interessante. Use locutórios para ligar para o Brasil. Com um cartão de 10 pesos você fala mais de 25 minutos, acho. No dia 3 de manhã, saí com a Quel correndo cedo para comprar uns “regalos” para meus pais e alguns amigos na Calle Florida... odeio esse tipo de compras, sabe? Acabou que não compramos nem metade do que queríamos, pois nos distraímos com coisas para nós mesmos (duas camisas da Argentina por menos da metade do preço que pagaríamos aqui). No fim, optamos por umas clássicas caixas de alfajores para a maioria, uma ou outra camiseta, bottons e vinhos. Calculamos mal e não sobrou nem pra gente. Paciência. Acredito, sinceramente, que devo voltar para aquelas bandas logo que possível. Da próxima com Uruguai ou Chile inclusos no roteiro.

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Resumindo tudo, só pra constar... 5 lugares que valem a pena conhecer em Buenos Aires (sem ordem, tá?)

1- Av. Corrientes, no Centro (cheia de livrarias com bons preços e teatros)
2- Av. Santa Fé (essa da Livraria Ateneo, da Galeria Bond Street... começa quase na bela Plaza San Martin e é enorme)
3- Plaza del Ministério da Cultura, na calle Rodriguez Peña (aquela dos góticos e emos no calor de 40 graus... é engraçado!)
4- La Boca (não tem a cara metrossexual do bairro de Palermo, mas tem charme e história)
5- Café Tortoni (tanta coisa importante da cultura argentina aconteceu por ali...)

Ah, fuja dos shows de tangos carissimos... milongas tem interação e valem mais a pena... não fui, mas quem foi gostou.




segunda-feira, janeiro 21, 2008

Mais algumas coisas que quero contar sobre BsAs

O blogue anda caído, né? Talvez ninguém queira saber, mas como ando meio sem tempo, sem um pc decente e sem boas idéias, vou contar mais da viagem. Afinal o blogue é meu e eu faço o que eu quiser! Quase ninguém anda lendo isso ultimamente mesmo... hehehe

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No segundo dia em BsAs, um domingo, fomos em comboio para uma tal feirinha no charmoso bairro de San Telmo, com suas construções antigas, apresentações de tango na rua, milongas e uma feirinha (na verdade feirona) cheia de quinquilharias e algumas coisas bacanas. Naquele calor de quase 40 graus, foi programa de índio. Valeu a pena pelo bife de chorizo do Manolo (é carne, não aquela lingüiça horrorosa). A carne e as massas que provei por lá são diferentes para o nosso paladar... não vem tão bem temperadas como aqui... mas o tal chorizo é deliciosamente tenro e macio. E o atendimento nesse restaurante Manolo é bem bacana, além da decoração ser ótima. Passamos um tempão lá comendo, bebendo Quilmes não tão gelada quanto deveria estar (outro problema crônico naquelas bandas) e eu ainda comprei pôsteres da Mafalda e vinho Malbec.

Ainda inventamos de ir para Palermo depois do almoço. Tentamos ir de metrô, mas após esperar por vários minutos na estação, todos os que lá estavam foram convidados a se retirarem pois o SUBTE (como eles dizem “metrô por lá) sofreu uma pane. Recebemos nossos cartõezinhos de volta (custam 1 peso) e tivemos que procurar ônibus pra ir pra lá. Se você pretende andar de ônibus em Buenos Aires, leve moedas. Lá não existe catraca, é uma máquina estranha que recebe moedas, dá o o troco e um papelzinho. As passagens custavam 80 centavos de peso, mas no dia 1° de janeiro subiram para 1 peso, ou algo como 70 centavos de real. E aqui pagamos R$2,30!

Em Palermo, descemos na Plaza Serrano e fomos guiados por uma simpática e desconhecida senhora que fez questão de nos guiar por uns quarteirões junto com suas duas filhas gatinhas. Lá vimos mais uma feirinha mas fugimos rapidamente. Palermo é o grande point de BsAs com seus vários subdistritos com nomes bregas (Palermo Soho, Palermo Hollywood, Palermo Viejo e por aí vai...). Estava muito quente, então em vez de ir conhecer o Zoológico, decidimos beber no Bar da Quilmes. Sábia decisão.





segunda-feira, janeiro 07, 2008

Pequenas impressões (mentira, são grandes) de uma curta viagem de reveillon até Buenos Aires – parte - 1







A viagem foi toda de última hora, sabe? Uma amiga (a Ana Davids) me falou o esquema que faria na viagem e me empolguei. Conversei com minha irmã e decidimos ir. Comprei passagem por 630 reais cada (para cada um, ida e volta já incluindo taxas). Chegamos no aeroporto internacional de Ezeiza por volta das 15h. No desembarque conhecemos a Carol, uma loira bonitona e divertida. Fomos trocar dinheiro no Banco La Nacion (ele é 24 horas e tem uma boa cotação: R$1=1,68 peso, isso no dia 29 de dezembro). Decidimos rachar um táxi até nosso hostel. A corrida foi cara, já que o aeroporto é fora de BsAs e bem longe do centro. Pagamos salgados 80 pesos e 35 minutos depois estávamos lá, após passar por três pedágios urbanos. O Hostel San Nicholas fica na esquina da Calle Bartolomé Mitre com Rodriguez Peña, centrão da capital portenha.

Nossa diária no hostel ficou em US$ 12 ou 20 reais, já incluso café da manhã. Caso você não saiba, hostel é o nome dado para os famigerados albergues da juventude, espalhados pelo mundo todo. Hospedagem e banheiro geralmente coletivos e preços módicos (é só fazer a carteirinha pela internet). Assim que nos estabelecemos, fomos dar umas bandas e procurar um local pra comer. Pegamos o mapa e andamos até a Calle Florida, que é perto de lá. A rua é uma mistura de Barão de Itapetinga com 25 de Março, mas com um charme pra agradar turista. Não compramos nada nesse dia, apesar de termos ficados bem tentados. Depois de um lanche bem meia-boca e uma gaseosa gelada, seguimos pela Calle Florida até a bela Plaza San Martín, já chegando no Bario Norte. De lá voltamos pela av. Santa Fé. Indo direto por lá e andando pra cacete, passamos pela galeria Bondstreet, na esquina com a Rodriguez Peña, que é tipo uma Galeria do Rock, com lojas legais de roupa, tatoos e quadrinhos! Gastei uns tantos pesos por lá, mas isso foi em outro dia, conto depois. Voltamos pela Rodriguez Peña e passamos em frente a Praça do Ministério da Cultura... lá é a praça, bem, a praça... dos góticos e dos emos! Medo. Eles se reúnem sob um sol escaldante de 38 graus e ficam lá felizes (ou tristes, o que deve ter um sentido pleno de felicidade pra eles).

Depois de tudo isso voltamos ao hostel, fizemos amigos e influenciamos pessoas. Conheci uma holandesa linda que canta “paraparaparapatibum!”, um monte de gente do Brasil e um colombiano pra quem diziamos “Shakira, Shakira”. A Carol teve a carteira furtada, o que tirou a graça do resto da noite. Mas depois tudo meio que se acertou e na manhã seguinte, bom, a manhã seguinte eu conto depois.