terça-feira, maio 29, 2007

The Bellrays - Blues is the teacher, punk is the preacher



Meninos e meninas, se tudo der certo, nessa quinta-feira verei “The Bellrays” no clube Inferno, na Rua Augusta, aqui em Sampa. Trata-se de uma genial banda californiana que descobri dia desses e que está chegando por essas bandas. Os especialistas os comparam simploriamente como um cruzamento rock n' soul de Tina Turner com MC 5 ou Stooges com Aretha Franklin... obviamente pelo vocal fodástico da vocalista Lisa Kekaula. Eu descobri esse som faz pouquíssimo tempo, mas pelo que ouvi dizer, a perfomance de palco da banda é qualquer coisa fora do comum. Os ingressos para o show podem ser comprados antecipadamente na quarta-feira após às 14h, por 35 reais. No dia custarão 50 paus. Mais informações no site www.infernoclub.com.br. Ou em www.thebellrays.com ou ainda escute um sozinho deles no youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=QIxMLbxeo64.

Na sexta-feira eu conto (caso realmente consiga ir) como foi.

PS: Uma banda cujo slogan é "Blues is the teacher, Punk is the preacher", merece respeito.

Pra quem quiser saber mais, uma nota interessante do site www.rockpress.com.br:


THE BELLRAYS NO BRASIL


"Tal combinação sonora poderá ser conferida em duas datas no país: no dia 31 de maio, no Inferno Club, em São Paulo, e no dia 2 de junho, no Festival Porão do Rock (ao lado do Mudhoney), em Brasília.

Formado em 1990, em Riverside, Califórnia, pela vocalista Lisa Kekaula e pelo guitarrista Bob Vennun, começaram produzindo soul music com improvisos de jazz e blues. Com a entrada do guitarrista e compositor Tony Fate, Vennum passou para o baixo, e o grupo agregou o som pesado de Detroit do final dos anos 60 e começo dos 70, além da urgência do punk rock californiano. Com a passagem de vários bateristas, a formação se estabilizou com o ingresso de Craig Waters.

Em 1993 eles lançaram seu primeiro trabalho, o cassete In The Light of The Sun, que ganhou versão digital em 2002. Desde então, saíram mais quatro álbuns, quase todos gravados ao vivo no estúdio para, segundo os próprios, preservar a energia de suas apresentações. Mais elaborado, o último disco, Have a Little Faith, aguarda lançamento nacional pela Gabeira Records.


A banda já realizou shows ao lado de nomes variados como Rocket From The Crypt, Thievery Corporation e Pixies, enquanto Lisa Kekaula emprestou sua versátil voz para performances com o reformado MC 5 e gravações com Crystal Method e Basement Jaxx.

A difundida descrição de sua música, comparada a um cruzamento de Tina Turner com MC 5 ou de Aretha Franklin com The Stooges, oferece apenas uma idéia do que vem por aí, pois os BellRays ostentam a fama de apresentar um dos espetáculos mais explosivos da atualidade. (Sergio Barbo)

Discografia: Let It Blast (Vital Gesture,1998), Grand Fury (Vital Gesture, 2001), In the Light of the Sun (In Music We Trust, 2002), The Red, White and Black (Poptones, 2003), Have a Little Faith (Cheap Lullaby, 2006)"

sexta-feira, maio 25, 2007

pensamentos umidos

Chuva, chuva, frio. “Caralho, que tempo de merda”, ponderei. Era quarta-feira, eu estava na Vila Belmiro, em Santos, todo molhado, assistindo a um jogo e ainda assim trabalhando. Frio, frio, chuva. Ainda bem que levei mais um par de meias.

terça-feira, maio 22, 2007

A moça que não olhava para trás

Ela não olhava para trás. Não importava como nem quando. Não importavam os momentos vividos antes, não importava a saudade, nem o ciúme ou ressentimento. Ela simplesmente não olhava para trás. Nem mesmo naquele dia em que a carreta desgovernada veio na contramão e a acertou em cheio. Levou sua presunção, seu charme, sua vida. Mas não levou seu orgulho de nunca olhar para trás.

sexta-feira, maio 18, 2007

petit gateau... Oh lá lá ma copine!

Elle s'appelle Fleure. Elle est une fille très-jolie et très-intelligent. Je pense que je suis amoureux d'elle. Un petit peu. Est-ce-que elle aime moi? Je ne sais pas, Je ne sais pas. Ah, bof! **e começo a cantarolar: Rien, de rien... non, je ne regrette de rien**

(treinando meu pobre e capenguíssimo francês para quem sabe um dia escrever frases bacanas nesse adorável idioma... até lá aguentem frases desconexas... hehehe... é tão divertido aprender uma língua inteiramente nova e diabolicamente sensual)


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Uma dúvida pertinente... alguém tem explicação sobre por qual razão "Mènage" significa "limpeza" no dicionário de francês?!

quarta-feira, maio 16, 2007

migalhas

Restou tão pouco. E ainda assim ele se lambuzou. Tolo. Não percebia que aquelas eram migalhas de compaixão. Ele entendeu paixão. E achou que isso bastava. O que ele sentia seria suficiente para os dois. Ela concordou e os dois se casaram. Tiveram filhos, dívidas e ressentimentos. Uma casa repleta de memórias capengas, de sonhos reprimidos e arrependimentos armazenados em conserva. Filhos que se foram, dívidas sanadas e ressentimentos apaziguados. E aquelas migalhas de piedade agora não eram mais só dela.

sexta-feira, maio 11, 2007

que se Dani o amor!

O nome dela é Daniela. Ela é uma jornalista linda e loura. Sua gargalhada é marcante e os rapazes sempre olham “disfarçadamente” de canto de olho quando ela passa, mas isso não vem ao caso. Daniela é encantadora porque em pleno século XXI tem a capacidade de sofrer por amor (ou o mais perto disso que um ser humano moderno é capaz de sofrer). Pessoas que sofrem por isso merecem certo respeito. Mas não pense naquele óbvio e tolo sofrimento clichê, piegas. Ok, talvez um pouco clichê, já que isso é natural das “coisas do coração”. Mas ela sabe que encontrou o homem certo para sua vida. E ela sabe que ele também sabe que ela é a mulher certa. E os dois não estão juntos. E ele erra com ela. E ela torna-se injusta com ele. E eles escapam pelos dedos e se perdem. Ele sabe que não pode magoá-la, iludi-la. Mas, porra, ele gosta dessa mulher, desse cheiro, desse corpo. Só que ele não sabe se é um gostar suficiente, se dariam certo pra sempre. Talvez por isso teorize tanto. E ela está mais uma vez confusa. Ou talvez o óbvio seja tão latente que ela prefere refletir muito mais. Mas ela só reflete no espelho. E o que vê é uma jornalista linda, loura e confusa. E ela quer saber o que eu acho (não que isso realmente importe para ela). Eu acho que você vai ser muito feliz em breve, Dani. É só não pensar muito nisso. Talvez decisões não devam ser tomadas, Dani. Talvez devam ser tragadas pacientemente. Ou talvez tomadas num gole só. Quem sabe?

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André Dahmer (www.malvados.com.br) é gênio. Não sei porque raios gostei tanto dessas duas tirinhas especificamente... talvez pelo fato de dizer tanto sem usar uma palavra sequer.

quarta-feira, maio 09, 2007

habemus fuckin Nazi Pope!

-Ricos não são doidos, meu caro Evaldo Rubens. Ricos são excêntricos.
-Entendo. Mas e aqueles famosos que seguem seitas malucas? São só excêntricos também? Mesmo que não sejam ricos?
-Ah, Evaldo. Esses são só exotéricos!
-Certo. E quanto aos pobres com problemas mentais e nenhuma fama?
-Bem, meu jovem Evaldo, esses infelizes são apenas malucos mesmo...ou então são só uns bebuns safados!
-Então fama e dinheiro definem o status social de uma sociedade?
-Brlrlrlrlrlrlrlrlmmmrrrrr!! =D

domingo, maio 06, 2007

Vida Loka, mano!



Decidi ir para mais uma Virada Cultural de São Paulo. Um dos eventos mais interessantes já criados em nossa maltratada metrópole. AS ruas decrépitas do nosso belo centro velho são tomadas por gente de todo tipo. Democrático ao extremo. Só é preciso cuidado, claro. Cuidado que um colega não teve e, por isso, teve o celular furtado. Assisti parte da apresentação de Sérgio Dias, dos Mutantes, no Boulevart São João e horas mais tarde fui convencido a ver os Racionais MCs na Praça da Sé. Apesar de sempre ter admirado a importância histórica e cultural da banda, argumentei "Racionais na praça da Sé, às 3h e de graça? Parece arriscado...". Fui assim mesmo.

O show atrasou mais de uma hora e todos aguardavam pacientemente. Pessoas se aglomeravam em cima dos telões, trepadas em prédios, em banheiros químicos, todos eles queriam uma vista melhor do show. Mas a lei não permite que pessoas se pendurem em prédios para ver show. Ainda mais um show de uma banda que odeia a polícia e cujos fãs também não simpatizam com os "opressores" homens de farda. Sem conseguir trazê-los amigavelmente ao show, a força policial passou a disparar simpáticas balas de borracha e gentis tiros de efeito moral, gás lacrimogêneo e coisas do gênero. Após um princípio de empurra-empurra, muitos já foram se afastando do tumulto que vinha da rua lateral à Catedral da Sé. Garrafadas de um lado, tiros de sabe-se-lá-o-que de outro. Corre-corre. Em sete pessoas, decidimos ir logo para o metrô. Mano Brown disse para o público se afastar e deixar a polícia fazer seu trabalho. Eles tentaram retomar o show. Não deu certo. Também disse mais alguma coisa que não ouvi. Mas nessa hora a situação já tinha saído totalmente do controle. E aquele pequeno tumulto virou um quebra-quebra. Nas bancas de jornal, nas lojinhas dentro do metrô, nas ruas. Onze pessoas presas, um monte de feridos e um show que durou menos de 25 minutos.

Meu bom amigo Edson D'assunção, já meio entorpecido, divagava sobre o momento todo... e disse uma coisa que me pareceu bem interessante. No mesmo dia e horário acontecia o badalado Skol Beats (com fiasco de público, mas ainda assim badalado). Drogas, tumulto, assédio absurdo sobre as mulheres (coisa que não se via tanto lá na Sé!). Será que a polícia interviria dessa forma grotesca e insana sobre uma multidão capaz de pagar mais de 100 reais no ingresso? Ou a lei do porrete só vale quando se trata de um show gratuito para os manos no coração da cidade? Como esses manos (poucos, a maioria estava na boa) ousam peitar a autoridade dos poliça pra ter a melhor vista possível dos MC's? Porque diabos eles quebram tudo quando acontece uma confusão? Porque é tão fácil se horrorizar e se chocar com esse povo? Porque é tão difícil perceber que tem muito mais significado nisso tudo do que supõe nosso estúpido preconceito? Trataram aquela multidão como se fossem bandidos, porque assistiam o show dos caras que falam mal do "homi". O evento foi interrompido de vez quando Mano Brown entoava sua Vida Loka. Loka mesmo, mano. Vai veno... tanto que ele próprio disse que não continuaria e encerrou a parada.

Dizem que a Virada continuou bem nos outros lugares do centro. Não quis ficar pra ver.

sexta-feira, maio 04, 2007

eu me animo com a ricota

Terracota. Terra de ricota. Cota Racial. Catota de rico. Com cocota eu não fico. Fez sentido?

terça-feira, maio 01, 2007

o choro e a cama vazia (adeus, Dona Maria!)

À 0h20 de segunda-feira, 30 de abril, Dona Maria finalmente conseguiu descansar. Antes da 1h os familiares já estavam quase todos ali, reunidos em volta da cama. Uma das filhas tinha um mórbido e providencial plano funeral, logo as medidas cabíveis pareciam ser rapidamente providenciadas. Não, não seriam. Feriado prologando, médicos viajando e ninguém para assinar o maldito atestado de óbito. Só depois do meio-dia isso seria resolvido. Enquanto o doutor assinava a papelada na cozinha, nós netos preparávamos a macarronada que tantas vezes Dona Maria fez para gente. Naquela época comiamos sentados num grande banco para comportar todos os netos. Agora não mais.

Almoçamos e precisamos convencer as tias a fazerem o mesmo. O corpo permanecia na cama onde ela passara os últimos meses agonizando e os últimos anos num sofrimento insano. Genros foram até a funerária. Nada feito. Pelas normas de não-sei-o-que, o horário não permitia agendamento de enterro para aquele dia. Velaríamos então o corpo de Dona Maria por mais uma noite em sua casa. Parentes amados ou indiferentes, gratos ou ingratos apareceram. E assim foi. Aquela senhora mãe de 12 filhos, 18 netos, 2 bisnetos, recebeu todas as devidas homenagens: o pesar da família, a ladainha das rezadeiras, a benção do padre, o conforto dos amigos. Lá pelas 3 da manhã, muitos cochilavam, outros permaneciam junto ao caixão. O cheiro do café era sempre forte e lembrava o tempo em que ela nos preparava aquele pão caseiro acompanhado do cafezinho para o adultos e limonada pra criançada.

Sentei no sofá deslocado da sala para o quarto de Dona Maria e pela primeira vez vi sua cama vazia. Só então foi possível entender que era o fim de uma era naquela família. E eu não consegui chorar. Nem naquela hora nem quando o irmão dela de mais ointenta anos veio sozinho de ônibus, amparado em sua bengala só pra dizer adeus. Passou do ponto e voltou a pé para abraçar sua irmã pela derradeira vez. Nem assim pude chorar. Talvez eu já estivesse preparado. A neta caçula de quatro anos não entendia e disse para mãe que adulto não chorava. Talvez eu tenha me confortado. De qualquer forma, eu sinto muito, vó Maria. Me perdoe por não conseguir rezar, por não acreditar nisso tudo, por não conseguir sofrer como devia. Vai com Deus. A sua bença, minha vó.
"Deus abençoe", ela me responderia baixinho como sempre. Só que agora a cama dela está vazia. E as lembranças estão todas de volta.