quarta-feira, agosto 15, 2007
Crime sem castigo para Evaldo Rubens
Na tarde de 15 de agosto de 1997, Evaldo Rubens decidiu matar seu grande amor. Mas não seria um assassinato vulgar como esses que acontecem o tempo todo. Seria um assassinato poético, esse que é o mais terrível de todos. Depois de arquitetar uma narrativa homicida, apunhalou seu ventre com estrofes assimétricas e cortou seu rosto com rimas amarguradas. Sufocou-a com as mãos sujas de seu eu-lírico, rasgando páginas e pulsos com sua caneta vermelha. Livrou-se de todos os anos de desprezo e ressentimento com essa vingança sublime e metafísica, despejada no papel por essa tinta vermelho-sangue. Quase em prosa. Um lampejo de carne, ossos e vontades sem sentido. Talvez não passemos disso. Ou talvez sejamos assim apenas nas páginas vingativas dos textos de Evaldo Rubens.
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8 comentários:
Quando eu to triste, eu escrevo sobre a minha hipotética morte.
É uma boa idéia escrever sobre a morte de uma ex namorada.
Rss
Talvez sejamos, na maior parte do tempo, Evaldo Rubens !
Mate-a! Óh grande Evaldo!!! e me ensina como fazer...
Quão feliz seríamos...se o homem fosse assim, somente, nas páginas vingativas de E.R.
(Eu amo tudo que tu escreve!)
avoada seria co-autora desse assassinato?
trágico! lindo!
hahaha!
logo sai a coletânea do evaldo né? vai ter um título trágico, tenho certeza.
Até para se escrever uma comédia é preciso derramar algumas gotas de sangue.
Não existe muita diferença entre matar ou deixar viver. De toda forma, ou a pessoa já está morta ou sempre vai existir.
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