sábado, maio 31, 2008
Sonhos de uma noite de outono
Naquela noite sem fim, o rádio só toca She lost control. Todos os seus dentes parecem ter caído. É sempre sexta-feira, mas quase todos foram viajar. Nas ruas e baladas, corpos se esfregam e se tocam quase que por obrigação. A chuva nunca chega. A cerveja é choca e o ar é seco, sujo e repleto de idéias repetidas. Só agora você percebe que está nua e se vê no meio de uma repentina multidão. Não há onde se esconder. E nunca é de manhã. E ela perde o controle de novo.
quinta-feira, maio 01, 2008
O prazer do incômodo
Evaldo Rubens decidiu não mais buscar aqueles sonhos tão intensos. Resolveu não ligar para aquela garota. Esperou a chuva passar. Não falou com os amigos. Deixou o miojo empapar. Notou sua tamanha inadequação. Cada homem é uma ilha, pensou. Pequena, desesperada e isolada, tentando se relacionar nesse patético e opressivo arquipélago de carne, recalque, sentimentalismo e prestações atrasadas. Gozou a solidão. Sem senso, intenso. Melancolia é o caralho.
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