Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Ah lá, o canhoto se fodeu!
sábado, julho 28, 2007
sábado, julho 21, 2007
Os Bêras
Eu moro numa rua com o nome de avenida, mesmo sendo razoavelmente pacata. Apesar do colégio estadual um pouco acima e dos vários prédios construídos nos últimos anos, o lugar guarda um ar bem suburbano. Essa rua é travessa da principal avenida da região, portanto sempre preciso subir por ela para chegar até qualquer lugar relevante. Nesse caminho, sempre passo pela casa dos Bêra, em frente ao colégio, na parte plana da rua. Sim, Os Bêra. O gentil apelido foi dado pela bondosa molecada da rua para uma volumosa família de caminhoneiros vindos do Nordeste, que estacionam -desde tempos imemoriais- seus grandes veículos cheios de ferro e aço na rua, estreitando toda a passagem da via. Bêras, de "Beira de Estrada".
Lembro que quando criança, havia um garoto da casa com idade parecida, o Telo. Jogávamos futebol na rua ainda de terra (uma ladeira!) e ele tinha um jeito um tanto peculiar. Um garoto de 10 anos meio barbudo, troncudo... era desproporcional aos franzinos boleiros da rua e falava de um jeito estranho. Esse garoto em uns 5 anos já era pai. Dez anos depois parece um tio de 40 e tantos! E a pequena casa daquela família foi crescendo conforme as gerações passavam por ali. Tinha um ar meio de família Buendia, sabe? Gerações passando o tempo todo bem aos nossos olhos. O patriarca dos Bêra era um velhinho de chapéu de palha que ficava à beira do portão, sentado numa cadeira por horas e horas, calado e com aquele ar distante. Então certo dia ele não estava mais lá. Alguns meses depois, era a esposa do velhinho que ocupava aquele lugar com a mesma olhar alheio a tudo. Tempos depois, era o genro dele que lá estava... e da mesma forma!
Nos últimos meses, não notei mais ninguém naquele portão até que hoje lá estava a esposa desse genro (filha do velhinho, pra ficar mais claro). Ela também já está enrugadinha e olha para o nada, meio que esperando o inevitável, meio que pensando alguma coisa que eu gostaria bastante de saber o que é. Eu vejo cada vez mais bebês e grávidas dessa casa que cresce organicamente. Vejo cada vez mais crianças virando jovenzinhos ali. E jovenzinhos tornando-se Bêras e chegando a inevitável idade de comandar aqueles caminhões enormes que fodem com a passagem da minha rua. Se eu encontrar o Telo no lugar da velha, acho que vou finalmente entender que o tempo passa mais rápido do que eu pensava.
Lembro que quando criança, havia um garoto da casa com idade parecida, o Telo. Jogávamos futebol na rua ainda de terra (uma ladeira!) e ele tinha um jeito um tanto peculiar. Um garoto de 10 anos meio barbudo, troncudo... era desproporcional aos franzinos boleiros da rua e falava de um jeito estranho. Esse garoto em uns 5 anos já era pai. Dez anos depois parece um tio de 40 e tantos! E a pequena casa daquela família foi crescendo conforme as gerações passavam por ali. Tinha um ar meio de família Buendia, sabe? Gerações passando o tempo todo bem aos nossos olhos. O patriarca dos Bêra era um velhinho de chapéu de palha que ficava à beira do portão, sentado numa cadeira por horas e horas, calado e com aquele ar distante. Então certo dia ele não estava mais lá. Alguns meses depois, era a esposa do velhinho que ocupava aquele lugar com a mesma olhar alheio a tudo. Tempos depois, era o genro dele que lá estava... e da mesma forma!
Nos últimos meses, não notei mais ninguém naquele portão até que hoje lá estava a esposa desse genro (filha do velhinho, pra ficar mais claro). Ela também já está enrugadinha e olha para o nada, meio que esperando o inevitável, meio que pensando alguma coisa que eu gostaria bastante de saber o que é. Eu vejo cada vez mais bebês e grávidas dessa casa que cresce organicamente. Vejo cada vez mais crianças virando jovenzinhos ali. E jovenzinhos tornando-se Bêras e chegando a inevitável idade de comandar aqueles caminhões enormes que fodem com a passagem da minha rua. Se eu encontrar o Telo no lugar da velha, acho que vou finalmente entender que o tempo passa mais rápido do que eu pensava.
sexta-feira, julho 13, 2007
o bloco de notas esquecido no Sesc Pompéia
Eu esqueci meu bloco de anotação no Sesc Pompéia quando fui entrevistar o Laerte. Consegui uma boa entrevista e perdi aquele monte de papéis com idéias, e-mails e um texto enorme que escrevi pra postar aqui no blog. Um texto sobre minha avó. Talvez eu volte a escrever isso... mas a vontade de falar dele veio de um lance meio sensorial... estava num ônibus e senti o cheiro do mesmo creme que ela usava quando eu dormia vários dias na casa dela. Isso despertou tanta lembrança boa. Espero não ter esquecido tudo o que queria dizer. E que quem encontrar esse bloquinho goste do que ler por lá!
quarta-feira, julho 11, 2007
pão com manteiga
-Você é louco! No que você estava pensando quando decidiu amar assim sem culpa, medo ou desconfiança?
-Ai. Tinha me esquecido que isso era pré-requisito... agora me traz um pão com manteiga, por favor.
-Ai. Tinha me esquecido que isso era pré-requisito... agora me traz um pão com manteiga, por favor.
sexta-feira, julho 06, 2007
João Rock - parte 2 de 2 - Mutanteeeeeeeeees!
Finalizando esse papo de João Rock, eis a segunda e última parte da matéria que fiz para o Programa Em Cena, de Dani Tesolin. A matéria foi feita com a produtora Luiza, o cinegrafista Karolita e teve edição de Gabi Borges. Hope you like it.
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quinta-feira, julho 05, 2007
João Rock - parte 1 de 2
Conforme prometido, eis aí a primeira parte da matéria que fiz sobre o João Rock. Aguardem que na segunda parte tem Mutantes! \o/
terça-feira, julho 03, 2007
vai indo na frente, tá?
Perdão. Eu juro que irei atualizar esse blog até sexta! As coisas andam bem boas, mas o tempo anda bem escasso! E tô babando lendo "Crime e Castigo". É isso.
=)
=)
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