quinta-feira, fevereiro 01, 2007

em busca daquela palavra sem tradução

Começou timidamente logo cedo, em meio ao cheiro de mofo e garoa matutina. Chegou ao fim da manhã com cara da fria noite de ontem. Depois do almoço preguiçosamente melhor. Ao fim da tarde, depois de ouvir aquela voz melíflua (yeah! Consegui usar essa palavra!!) o semblante já era de um prazer ácido e latente. Então, ao cair da noite, o êxtase era total. Bliss. E foi se esvaindo conforme assistia a porra da novela. O ânimo, o prazer, a timidez, a criatividade. Bliss. Queria ser Katherine Mansfield. Queria ser Bertha. Queria Bliss. Mas já não era (e nunca fora) nada disso. Queria ter uma palavra em lingua portuguesa que servisse para dar a dimensão dessa euforia absoluta que sentira. Essa palavra -bliss- não existe no idioma da palavra saudade. Nenhuma comporta sua intensidade. Contentou-se em então em reler aquele conto de Katherine. Bliss. Sabia que só isso importava.

6 comentários:

Raquel disse...

Poxa, mas pq foi assistir novela? =/

Anônimo disse...

é deprimente quando a novela acaba com uma sensação boa assim

Anônimo disse...

melíflua... apesar do significado( que fui descobrir só na adolescência) sempre me pareceu ter algo de maldosa, dissimulada...

Chapolim disse...

Odiei o conto

Anônimo disse...

É, faltou... faltou palavra. -palavras sempre faltam. Mas a releitura te contentou. Com o pouco que tinha, e que realmente importava. Algumas coisas sentidas são de fato, intraduzíveis!

"Só me resta o sentido
E o respirado sussurro soluço de ser"

O que se sentiu foi o que realmente importou.

Raquel disse...

Mudou o visual do blog! =D

Não sei o q acontece, mas nunca consigo postar no primeiro texto do seu blog. Adorei o texto. bjo