Eu me choco quando vejo 32 estudantes mortos numa universidade dos EUA. Penso nas vidas desperdiçadas, despedaçadas e tudo mais. Mas o que há de errado comigo? Porque diabos não conseguimos olhar pro outro lado do globo e ver que no Iraque isso acontece todo dia e em muito maior escala? Que o genocídio na África continua e que ninguém dá a mínima. Quanto será que vale a vida de um desses pobres infelizes? Um morto num massacre nos EUA vale quantas iraquianos? E quantos sudaneses? Quantos cambojanos? A vida não devia ser igualmente sagrada? Definitivamente não.
O atentado em Virginia foi no dia 16 de abril. Hoje, dia 18, praticamente só ouvimos falar nisso. Mas prestando atenção leio coisas assim na Folha de S. Paulo.
“Uma série de ataques atingiu Bagdá nesta quarta-feira, matando ao menos 157 pessoas. Um dos carros-bomba explodiu em um dos principais bairros xiitas da capital iraquiana, Sadriya, matando 112 pessoas e ferindo outras cem. Aparentemente, a bomba foi colocada dentro de um ônibus”.
Mas isso não é notícia. É só a rotina que o texano maluco deu de presente para o falecido Estado Babilônico.
quarta-feira, abril 18, 2007
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8 comentários:
Desculpe a pergunta, mas você realmente se importa com isso?
esse blog é louco, sou eu, Raquel :S
Eu pensei a mesma coisa....e também pensei em outra rotina, bem mais próxima, mas que também ocupou menos espaço no noticiário, a chacina no morro da Mineira, no Rio, no mesmo dia do ataque à universidade dos EUA. Um morto americano vale quantos cariocas do morro?
A M. fez uma boa lembrança... Como a Casa da Lagoa virou uma espécie de embaixada do Rio, quero lembrar que só este ano, desde o dia 1º de fevereiro de 2007, 722 pessoas já morreram na cidade maravilhosa, vítimas da violência. Outras 396 ficaram feridas. A gente só fica sabendo das mortes quando elas somam mais de 10 no mesmo caso, como aconteceu no Morro da Mineira. Mas todos os dias morrem 9,2 pessoas no Rio, vítimas da violência. Enquanto isso, o Brasil fica chocado com o china maluco da Virginia Tech. (Os dados são do Rio Body Count, www.riobodycount.com.br, um grupo de cariocas preocupados com a escalada da violência na cidade.)
Olá, meu caro, desculpe a "invasão". Apenas para dizer que estou de acordo contigo sobre a exagerada relevância dada ao fato. E como disse no meu blog, num país onde sem compram armas com tanta facilidade, não deveriam se supreender se de vez em quando algum maluco saia dando tiros. Dar tanta importância às notícias da terra do Tio Sam faz parte da nossa cultura colonialista. Enfim, é coisa de pobre mesmo! Forte abraço!
é
Igual sempre...quem vale mais?
A Folha de São Paulo de hoje vai embrulhar legumes na Feira-Livre de amanhã.
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